Nessa última sexta-feira, dia 26 de abril, foi comemorado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, que é uma doença grave e silenciosa.
O Sempre Bem convidou Adriano Milanez, que é cirurgião cardiovascular e vai explicar para a gente o porquê dessa doença ser tão perigosa.
O que é hipertensão?
“É o aumento da pressão sanguínea sobre as veias, elevando a quantidade de força que o sangue exerce na parede dos vasos”, explica o cirurgião cardiovascular.
O que a hipertensão causa no corpo?
Ocasiona várias consequências e pode ser fator de risco para doenças muito mais devastadoras, como AVC, conhecido popularmente como derrame cerebral, e o infarto do miocárdio.
De acordo com Adriano Milanez, a pulsação cardíaca também está relacionada com a hipertensão. Todo o sistema cardiovascular age em conjunto. Com uma frequência cardíaca mais alta e um coração mais acelerado, esse sistema tende a jogar mais sangue e aumentar a pressão arterial.
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O que leva uma pessoa a ser hipertensa?
Existem várias causas. A hipertensão pode ser classificada em dois tipos: primária e secundária.
A hipertensão primária ocorre quando não se acha nenhuma causa conhecida ou orgânica no corpo que esteja provocando essa pressão. Já a hipertensão secundária ocorre quando se acha alguma outra doença que esteja causando hipertensão.
Os fatores de risco
História familiar
Significa a herança genética transmitida de pai para filho, que corresponde às características de cada organismo que vai aumentar o tônus vascular e diminuir a elasticidade dos vasos.
Idade
O envelhecimento provoca uma diminuição na elasticidade dos vasos e mau funcionamento na parte endócrina das glândulas. Essa disfunção vai levar ao aumento da pressão arterial no decorrer do aumento da idade.
Peso
A obesidade aumenta a área corporal, quantidade de vasos e tecidos que o coração vai ter que bombear para o organismo. Isso vai aumentar a resistência do sangue nos vasos, fazendo com que o coração se contraia com mais força, o sangue vai aumentar a pressão e força, ocasionando o aumento da pressão arterial.
Estresse
Não é um fator causal diretamente, mas pode piorar os sintomas da hipertensão.
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Afrodescendentes
Pessoas de etnia afrodescendente podem ter um aumento das chances de ter hipertensão devido à herança genética da raça.
Diabetes
Doença metabólica que acomete a deficiência de secreção de insulina no pâncreas, causando alterações nos vasos sanguíneos.
Sedentarismo
A falta de atividade física faz com que o coração o sistema cardiopulmonar e vascular não esteja preparado para situações de estresse. Com isso, ele fica numa situação basal de repouso, como se estivesse em exercício.
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Sal
O consumo exagerado leva a um acúmulo de líquido no organismo.
Colesterol elevado
Não se tem muito uma causa direta do colesterol elevado diretamente à hipertensão. Mas juntamente com a hipertensão e diabetes, é um importante fator de risco para as doenças mais graves ainda, como AVC e infarto.
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Tabagismo
As substâncias contidas no cigarro, como a nicotina, provocam a vasoconstrição, fazendo com que os vasos não relaxem. Essas substâncias evitam o relaxamento natural dos vasos sanguíneos e também aumentam o risco de hipertensão.
Álcool
A ingestão de bebidas alcoólicas tem uma correlação importante com a hipertensão.
Mulher x Homem: quem tem mais risco de ter hipertensão?
Conforme Adriano Milanez, a diferença é pequena. Até os 50 anos, tende a ser um pouco mais comum a hipertensão nos homens . Após os 50 anos, com a menopausa, acaba sendo um pouco mais comum nas mulheres. Essa hipertensão acaba sendo um pouco mais grave na idade pós-menopausa entre as mulheres.
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Dados sobre hipertensão
Para vocês terem uma ideia da gravidade desse problema, a gente vai passar alguns números:
- 32% da população adulta brasileira, o equivalente a 36 milhões de indivíduos, têm hipertensão
- Desses 36 milhões, somente 50% sabem que são hipertensos, dos quais apenas 50% se tratam
- Dessa parcela dos que se tratam, só 50% têm a pressão controlada
Isso é um problema de saúde pública, porque “a hipertensão é uma doença silenciosa, por isso, é muito comum a gente receber pacientes no consultório para uma consulta de rotina e perguntar se está sentindo alguma coisa, o que está incomodando hoje, e o paciente fala que não está sentindo nada. A pressão pode estar alta, mas ele não tem sintomas”, cita o médico.
Importância de medir a pressão
O ideal é que a pessoa procure sempre medir a pressão. Se já tem hipertensão, é importante medir pelo menos mensalmente ou semanalmente até o ajuste da medicação. Se não tem uma história familiar ou não tem um diagnóstico de hipertensão, pode medir a cada ano para ver como a pressão está se comportando.
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Matéria originalmente veiculada no programa de 28 de abril de 2019.