O AVC é a segunda doença que mais mata no Brasil. Estamos falando de um óbito a cada cinco minutos. Diante de números tão expressivos, convidamos o neurologista Diego Bandeira e também o cardiologista Felipe Carrha para falar sobre esse assunto e tirar dúvidas.
Por que acontece o AVC?
De acordo com o neurologista Diego Bandeira, existem dois tipos de AVC: O AVC hemorrágico, onde ocorre a ruptura em uma artéria e o sangramento; e o AVC isquêmico, que é o mais comum, quando ocorre a oclusão de uma artéria no cérebro, geralmente um trombo, e aquela área que fica sem fluxo morre e o paciente tem sequelas.
Quais são os sinais de alerta?
Existe a sigla SAMU que ajuda a identificar alguns sinais:
- Sorriso: Você pede para o paciente dar um sorriso e o desvio da boca pode ser um sinal de AVC
- Abraço: Você pede para a pessoa dar um abraço. Se um lado do braço estiver caindo também é um sinal de AVC. Toda fraqueza de um lado do corpo pode ser um sinal da doença, principalmente quando ocorre de forma súbita
- Música: Você pede para o paciente cantar uma música ou falar. A alteração da linguagem e da fala é um sinal importante desse problema
- Urgência: Ligue 192 em caso de qualquer sintoma. É importante agir rápido. Você pode levar também o paciente direito para o hospital
Veja a matéria (O Que É Um Check-up?)
Qual a relação entre o AVC e o coração?
Para o cardiologista Felipe Carrha, coração e cérebro trabalham juntos. Existe uma série de doenças cardíacas que podem favorecer uma alteração do fluxo sanguíneo e a formação de trombos (coágulos de sangue), que podem causar o AVC isquêmico.
Arritmias cardíacas e infartos que param uma determinada parede do coração e que favorece um acúmulo sanguíneo ou um retardamento da circulação do sangue. Isso pode eventualmente coagular o sangue e esse trombo lá dentro pode ser enviado para artérias diversas, como as artérias cerebrais. Essas são doenças que podem favorecer o AVC.
É possível reverter o AVC?
“Hoje em dia existem tratamentos que podem reverter todos os sintomas e sinais, e evitar que o paciente tenha sequelas. Depende muito do tempo, por isso, quanto mais rápido o paciente chega ao hospital que tenha esse tipo de tratamento, maior a chance dele reverter o AVC ou, pelo menos, diminuir o tamanho da doença e ter menos sequelas”, explica o neurologista.
Como se prevenir dessa doença?
- É importante fazer um check-up e ter um médico que possa acompanhar e dar as orientações corretas
- Manter níveis glicêmicos e de açúcar no sangue controlados, especialmente para os pacientes que são diabéticos
- Não fumar
- Praticar exercício físico de forma regular com orientação
- Uma dieta adequada
- Controle do colesterol
- Consumo de bebida alcoólica moderado e dentro do que as sociedades, de um modo geral, recomendam
As pessoas precisam ter bom senso e cuidar do organismo e do corpo. Além da prevenção, é importante a população saber reconhecer os sinais de AVC para que, caso ocorra a doença, o paciente possa receber um tratamento adequado e reverta esse problema.
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Matéria originalmente veiculada no programa de 28 de abril de 2019.